O Que é Autismo?

Distúrbios ou Transtornos do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do desenvolvimento que normalmente surge nos primeiros três anos de vida da criança, sendo de três a quatro vezes mais comum em meninos do que em meninas.

O TEA atinge a comunicação, a interação social, a imaginação e o comportamento. Não é algo que a criança pode contrair e não é causado pelos pais. É uma condição que prossegue até a adolescência e vida adulta.

Principais Sintomas​

À Partir de 18 Meses

Entre 3 a 6 Anos

Entre 7 a 11 Anos

Entre 12 a 17 Anos

Lembretes Importantes

Perfil dos Autistas

No dia 15 de agosto de 2013 foi realizada a primeira pesquisa da AMA Blumenau, com o objetivo de verificar o perfil das crianças autistas da região.

Nesta data os papais e mamães presentes identificaram 35 autistas, entre crianças e jovens, apresentando-se assim os seguintes dados:

A primeira pergunta colocada foi sobre o sexo dos autistas, e obteve-se os seguintes números do Gráfico 01 .

Pode-se observar no gráfico 01 em torno de 86% são meninos e isto confirma algumas pesquisas sobre o autismo que apontam que a cada três ou quatro autistas, apenas um é do sexo feminino.

Sexo dos Autistas

Idade do Autista

Outro dado coletado nesta data foi em relação a idade dos autistas, obtendo-se assim os seguinte percentual no Gráfico 2.

De acordo com o gráfico 2 cerca de 46% da faixa etária é composta por autistas entre 1 a 6 anos de idade, isto corrobora com as informações dadas pela presidenta da Abraci-DF, Lucinete Andrade,ao destacar que “quanto mais cedo a doença for diagnosticada, maiores as possibilidades de estimulação”.

No gráfico 03 apresenta-se outra informação importante que é a idade do diagnóstico do autismo, obtendo-se assim, os seguintes dados do Gráfico 3.

Conforme se observa nos dados do gráfico 03 cerca de 80% obtiveram seu diagnóstico antes dos 4 anos de idade, o que torna-se um diferencial para estas crianças, pois de acordo com Andrade (2013) quando se fala de autismo, não se trata de uma só realidade. Por essa diversidade, o diagnóstico é problemático. “Às vezes, o diagnóstico fica errado e isso compromete o desenvolvimento e a estimulação dessas crianças”.

Idade do Diagnóstico

Estuda

No gráfico seguinte (04) foi questionado aos pais se seus filhos estudavam, e obteve-se assim o seguinte resultado do Gráfico 4.

Os dados obtidos no gráfico 04, onde 94% dos autistas estudam, refletem uma realidade diferente das condições gerais do Brasil, onde segundo o presidente da Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas com Autismo (Abraça), Alexandre Mapurunga, os estudos científicos mundiais mostram que 1% da população é autista. Contudo, esse segmento da sociedade enfrenta, muitas vezes, barreiras como discriminação na escola regular e dificuldades para receber atendimento em unidades de saúde. Mas a recusa na matrícula, explicou ele, em virtude da deficiência pode ser punida com prisão e multa, conforme estipula a Lei 7853/89.

O gráfico 05 apresenta qual é o tipo de escola que os autistas freqüentam, obtendo-se assim, os seguintes dados do Gráfico 06.

Percebe-se no gráfico 05 que 49% dos autistas identificados nesta pesquisa estudam em escolas particulares, neste ponto é importante salientar que no geral, na maioria das instituições de ensino existe uma carência de recursos humanos e materiais para que os educadores possam desenvolver uma intervenção pedagógica consistente, bem como assistência e orientação aos familiares, já tão sofridos do ponto de vista afetivo, social e financeiro.

Tipo de Escola

Terapias

Para o gráfico seguinte (06) o que foi perguntado era sobre terapias, se os mesmos freqüentavam, ou não, obtendo-se assim, os seguintes dados:

Os dados do gráfico 06 apontam que 73% dos autistas fazem alguma terapia, o que favorece o desenvolvimento e aprendizado destes portadores do espectro autista.

Para o gráfico 07 a questão apresentada era se os autistas eram atendidos por um especialista, obtendo-se assim, as seguintes respostas no Gráfico 07.

De acordo com o gráfico 07 apenas 6% responderam que não tem um médico especialista no atendimento de seus filhos. Neste sentido, é importante destacar que profissionais como pedagogos, psicólogos, entre outros, são direito dos portadores de alguma deficiência, o direito à saúde está previsto no art. 196 da Constituição Federal, sendo direito de todos e dever do Estado. As pessoas com autismo contam também com a proteção especial da Lei Federal 7.853/89, que garante o tratamento adequado em estabelecimentos de saúde públicos e privados específicos para a patologia que possuem.

Médico Especialista

Tipo de Atendimento

Para o gráfico 08 a questão apresentada era sobre o tipo de atendimento, obtendo-se assim, as seguintes respostas do Gráfico 08 .

No gráfico 08 fica evidente que 67% dos autistas desta pesquisa utilizam-se de tratamento particular, desta forma, é importante destacar que além do desgaste emocional sofrido pelas famílias, tem-se o alto custo do tratamento para os autistas.

Considerações

Esta pesquisa serviu como uma base para futuras pesquisas, más principalmente a partir desta, pode-se direcionar esforços para o bem das crianças, jovens e adultos que sofrem do autismo. Deste modo, tanto os autistas, como suas respectivas famílias, possam receber os direitos que lhe são cabíveis e principalmente o respeito e a dignidade que por hora às vezes lhes falta. Participe, colaborem com a AMA Blumenau, todos juntos em prol de uma unica causa, nossos filhos. Ama Blumenau e Micro Região.

Bibliografia de Apoio

Dia do Autismo: 2 de Abril
Dia do Autismo:
2 de Abril

No dia 02/04 comemora-se o Dia do Autismo, criado para que celebrar os portadores desse transtorno do desenvolvimento, e ainda para conscientizar as pessoas a respeito dessa realidade. Para mim, que sou mãe de uma criança com Síndrome de Asperger (que pertence ao espectro autista), este é um dia que deveria deixar de existir. Explico.

No dia em que eu recebi a notícia de que meu filho poderia ser portador de uma condição que o torna diferente das demais crianças, meu mundo balançou e muito. Essa é uma notícia que nenhum pai e nenhum mãe quer receber. E isso vale para o autismo e para tudo aquilo que hoje se convencionou chamar de “especial”.

Nada há de especial em ter que conviver com uma realidade onde aquela criatura que você ama mais que tudo no mundo pode sofrer por não ser como os demais. Ninguém gosta de falar, mas tudo que todo pai e mãe mais desejam é que seu filho ou filha seja aceito ou aceita pela sociedade.

Porem, a realidade sempre se impõe e para nós não existe alternativa senão encarar a situação e buscar o melhor. Entretanto, aquele medo de não ser aceito sempre esta ali, à espreita, e infelizmente não é um medo infundado.

Eu e meu marido entramos nesse mundo de hostilidade a tudo que foge dos padrões “aceitos” da maneira mais crua possível. A notícia de que talvez o nosso filho fosse portador de autismo nos foi dada de maneira indiferente pela coordenadora pedagógica de uma das melhores escolas particulares de Blumenau, e que em tese deveria estar mais do que preparada para dar uma notícia com tal impacto. No fim, tivemos de deixar essa escola, que se diz acolhedora, mas coloca bem claro nas entrelinhas que isso somente é válido para aqueles que se enquadram no quadradinho da perfeição que eles mesmos desenharam.

E infelizmente esse tipo de comportamento costuma ser regra, e não exceção, tanto na rede pública quanto na rede privada. Os administradores dos estabelecimentos educacionais simplesmente não querem ter que lidar com a política inclusiva determinada pela lei. Dá muito trabalho e eles estão sobrecarregados demais (na rede pública), ou mais preocupados em tocar um negócio (na rede privada).

Claro, sempre se pode encontrar bons profissionais e estabelecimentos, que vão alem e buscam incluir de fato essas crianças. Também elogio os profissionais da área da saúde engajados e comprometidos, como fonoaudiólogos, médicos, psicopedagogos, fisioterapeutas, entre outros profissionais. Mas infelizmente eles ainda são minoria.

Todos aqueles que mantem viva a chama do preconceito e da intolerância se esquecem que a alternativa – excluir tudo e todos que não se enquadram no “perfil” – levou no passado às fogueiras da Inquisição e aos campos de concentração nazista. Viver em sociedade é aceitar e conviver com o diferente; lidem com isso.

Por isso, eu sonho com o dia em que não exista mais o Dia do Autismo, e que meu filho ser portador de Síndrome de Asperger vai ser tão relevante quanto a cor dos olhos dele, que por sinal são de um lindo castanho.

Claudia Roveri